segunda-feira, 9 de julho de 2007

Por vezes a noite dá-nos paz


Por vezes a noite dá-nos paz.
Por vezes não.


Por vezes é à noite que penso em ti, verdadeiramente em ti,
todo inteiro.


Por vezes é à noite que te sinto, mesmo quando estás ausente.
Por vezes é à noite que sinto saudades, que anseio pelo teu olhar,
pelo teu toque, pelo teu calor.


Por vezes é à noite que relembro o teu sorriso, tão lindo...
Por vezes é à noite que ainda sinto na pele o teu carinho,
ainda oiço a tua voz, ainda sinto os teus lábios.


Por vezes é à noite que ainda sorrio ao pensar em ti,
que ainda palpita por ti o meu coração.


Por vezes é à noite que ainda sinto o rubor nas faces e o acelerar da respiração
ao te pressentir no escuro...mesmo estando longe.


Por vezes é à noite que a dormir digo alto o teu nome,
e sorrio, e volto a adormecer contente.


Mas...

Por vezes é à noite que choro, choro lágrimas infindáveis,
rios de tristeza que de mim transbordam em caudais por vezes violentos,
que não consigo controlar.


Por vezes é à noite que julgo tudo perdido, tudo sem sentido, sem norte.


Por vezes é à noite que me imagino sem ti, sem nós, novamente só.


Por vezes é à noite que questiono se quero seguir a mesma estrada que tu,
calcorrear o mesmo caminho, construir o mesmo futuro.


Por vezes é à noite que te chego a odiar por me magoares tanto sem sequer o notares,
e sem te importares (será?).


Por vezes é à noite que penso que para ti já nada mais sou do que um hábito,
habitual, consensual, cómodo.


Por vezes é à noite que ressurgem os fantasmas do passado, insistentes, insistentes.


Por vezes é à noite que luto contra mim para não ter de lutar contra ti......
por vezes é à noite que perco a luta...


Por vezes é à noite que me interrogo sobre quem sou para ti, e quem tu és para mim,
de mim, comigo.


Por vezes é à noite que me sinto só, tão só, sem ti,
e sei que não estás, nem vais estar.


Por vezes é à noite que me revelo frágil, enfraquecida, vulnerável, menina...
e tu... e tu...... por vezes é à noite que te pressinto desiludido comigo
por ser por vezes assim.


Por vezes é à noite que adormeço a chorar, com a alma dorida,
com o coração partido, com angústia e desilusão, com incerteza.


Por vezes é á noite que indago: Será que te amo demais?

Será que me entrego demasiado?

Será que me amas?

Como preciso?

Como podes e consegues?

Será que nos bastamos um ao outro?

E depois...


Por vezes é à noite que descanso porque te amo.


Por vezes é à noite que suspiro porque me amas.


Por vezes é à noite que nos sinto a nós, os dois, a caminhar juntos.


Por vezes é à noite que penso em ti.


Por vezes é à noite que te pergunto:

E tu, quando pensas em mim??
Por AnaIsabell

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