sexta-feira, 9 de novembro de 2007

As palavras que te envio são interditas


As palavras que te envio são interditas
até, meu amor, pelo halo das searas;
se alguma regressasse, nem já reconhecia o teu nome nas suas curvas claras.
Dói-me esta água, este ar que se respira, dói-me esta solidão de pedra escura,
estas mãos nocturnas onde aperto os meus dias quebrados na cintura.
E a noite cresce apaixonadamente.


Nas suas margens nuas, desoladas,cada homem tem apenas para dar
um horizonte de cidades bombardeadas.


Eugénio de Andrade

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