
As palavras que te envio são interditas
até, meu amor, pelo halo das searas;
se alguma regressasse, nem já reconhecia o teu nome nas suas curvas claras.
Dói-me esta água, este ar que se respira, dói-me esta solidão de pedra escura,
estas mãos nocturnas onde aperto os meus dias quebrados na cintura.
E a noite cresce apaixonadamente.
Nas suas margens nuas, desoladas,cada homem tem apenas para dar
um horizonte de cidades bombardeadas.
Eugénio de Andrade
Sem comentários:
Enviar um comentário