domingo, 4 de novembro de 2007

Porque será que as pessoas não gostam da chuva??


Por que será que as pessoas não gostam da chuva?
Principalmente nos feriados e domingos. A chuva traz paz para quem tem paz, reflexão para quem tem coragem e prazer em ouvir os próprios pensamentos. É fácil e costumeiro procurar e vivenciar o efêmero no exterior, enquanto a felicidade imperecível aguarda para ser descoberta dentro da alma.
É o centro comercial, o cinema, o futebol, a novela, os amigos, o passeio e o flirt, mas poucos dedicam uma hora por semana para ouvirem os clamores dos pensamentos, o silêncio da alma.
Os suspiros desacalentados anseiam pelo exterior. Os pulmões soluçam apaixonados pelo apego à matéria e à emoção. Os olhos do rosto procuram as janelas, enquanto a enxurrada empurra o lixo para os esgotos mais próximos.
Nada contra o exterior, ele é necessário e é com ele que pagamos as nossas justas prestações. Mas a prioridade do culto ao vazio, o rolo compressor das futilidades, relega a consciência ao terceiro plano. O encontro consigo é evitado ao extremo, muitas vezes através da droga lícita ou ilícita.
Os relacionamentos evitam olhos nos olhos, coração no coração e procuram o teclado e o vídeo, tão necessários e tão stressantes.
O afeto é substituído pelo sexo, ou melhor, pela pornografia aberrante que não satisfaz nem ao corpo.
A amizade é trocada pelo interesse momentâneo, o namoro tranquilo, pela "ficação" imoral e patológica que desgraça muitas vidas e famílias pelas doenças e pelas relações ilícitas.
A palavra foi trocada pelo contrato, pois não existe mais confiança, mas somente a lei e a vantagem do "esperto".
Olhando pela janela da vida vejo o desinteresse panorâmico das pessoas pela alma (a consciência). Empurra-se a vida com a barriga e sem esperanças ou opta-se pela luta insana, o sucesso e prestígio social, enquanto se aguarda a aproximação do vazio e depressão da meia idade, cada vez mais comuns e tão presentes nos nossos jovens.
Planeia-se fazer o bem e a caridade quando se acumular um milhão de euros, ou o enfarte chegar, ou a reforma tão "próspera" e a saúde já estiver a cair aos pedaços, enquanto nos fartamos do medíocre e do vazio na velocidade de "curtir a vida" intensamente. As pessoas ostentam os seus copos cheios, enquanto sorriem nas festas, bares e boates, procurando adiar ao máximo a volta para a solidão sofrível de seus lares opacos.
- Mas, ah, que bom, amanhã é domingo!
- Mas, ah, que ódio, está a chover! - Não aguento ter que ficar só comigo mesmo, pois eu não me suporto, não quero ouvir os meus pensamentos.
Eu ligo a TV sem graça ou ligo o som bem alto, tentando abafar os sentimentos na panela de pressão do coração. Seu rosto sorri, mas a sua alma clama por liberdade.
O salário é razoável, mas o sentimento abafado chora. - Não quero saber, eu sou forte! É claro que não é forte. Além do mais é cobarde. Seja ele ou ela, são "machões" da vida. Aquele que enfrenta os obstáculos e galga as promoções do status social. Aquele que "vence" sem qualquer qualidade de vida, embora tenha dinheiro. Não curva os joelhos ou derrama lágrimas, pois é "forte" e deseja o "sucesso". Quanto mais afastado da consciência, mais doloroso é encará-la.
Depois as pessoas perguntam-se: Porquê tanta dor, tanta violência, tanto stresse e, concluindo, tanta infelicidade?
Quando houver sol, sorria!Quando houver estrelas, namore!Quando chover, agradeça!Mas nunca renegue a sua consciência!Pense, estude, leia mais e se espiritualize. Cumprimente, sorria, olhe nos olhos, peça desculpas e agradeça. O poder da felicidade está nas pequenas coisas e a felicidade plena só é encontrada dentro de sua consciência.

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