Por vezes a noite dá-nos paz.
Por vezes não.
Por vezes é à noite que penso em ti, verdadeiramente em ti, 
todo inteiro.
Por vezes é à noite que te sinto, mesmo quando estás ausente.
 
 
Por vezes é à noite que sinto saudades, que anseio pelo teu olhar, 
pelo teu toque, pelo teu calor.
Por vezes é à noite que relembro o teu sorriso, tão lindo...
 
 
Por vezes é à noite que ainda sinto na pele o teu carinho, 
ainda oiço a tua voz, ainda sinto os teus lábios.
Por vezes é à noite que ainda sorrio ao pensar em ti, 
que ainda palpita por ti o meu coração.
Por vezes é à noite que ainda sinto o rubor nas faces e o acelerar da respiração 
ao te pressentir no escuro...mesmo estando longe.
Por vezes é à noite que a dormir digo alto o teu nome, 
e sorrio, e volto a adormecer contente.
Mas...
 
Por vezes é à noite que choro, choro lágrimas infindáveis, 
rios de tristeza que de mim transbordam em caudais por vezes violentos, 
que não consigo controlar.
Por vezes é à noite que julgo tudo perdido, tudo sem sentido, sem norte.
Por vezes é à noite que me imagino sem ti, sem nós, novamente só.
Por vezes é à noite que questiono se quero seguir a mesma estrada que tu, 
calcorrear o mesmo caminho, construir o mesmo futuro.
Por vezes é à noite que te chego a odiar por me magoares tanto sem sequer o notares, 
e sem te importares (será?).
Por vezes é à noite que penso que para ti já nada mais sou do que um hábito, 
habitual, consensual, cómodo.
Por vezes é à noite que ressurgem os fantasmas do passado, insistentes, insistentes.
Por vezes é à noite que luto contra mim para não ter de lutar contra ti...... 
por vezes é à noite que perco a luta...
Por vezes é à noite que me interrogo sobre quem sou para ti, e quem tu és para mim, 
de mim, comigo.
Por vezes é à noite que me sinto só, tão só, sem ti, 
e sei que não estás, nem vais estar.
Por vezes é à noite que me revelo frágil, enfraquecida, vulnerável, menina... 
e tu... e tu...... por vezes é à noite que te pressinto desiludido comigo 
por ser por vezes assim.
Por vezes é à noite que adormeço a chorar, com a alma dorida, 
com o coração partido, com angústia e desilusão, com incerteza.
Por vezes é á noite que indago: Será que te amo demais? 
Será que me entrego demasiado? 
Será que me amas? 
Como preciso? 
Como podes e consegues? 
Será que nos bastamos um ao outro?
E depois...
Por vezes é à noite que descanso porque te amo.
Por vezes é à noite que suspiro porque me amas.
Por vezes é à noite que nos sinto a nós, os dois, a caminhar juntos.
Por vezes é à noite que penso em ti.
Por vezes é à noite que te pergunto: 
E tu, quando pensas em mim??
Por AnaIsabell